terça-feira, 16 de novembro de 2010

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Criança, a alma do negócio (Brasil)



Filmes e documentários - Criança, a alma do negócio (Brasil)

Por que meu filho sempre me pede um brinquedo novo? Por que minha filha quer mais uma boneca se ela já tem uma caixa cheia de bonecas? Por que meu filho acha que precisa de mais um tênis? Por que eu comprei maquiagem para minha filha se ela só tem cinco anos? Por que meu filho sofre tanto se ele não tem o último modelo de um celular? Por que eu não consigo dizer não? Ele pede, eu compro e mesmo assim meu filho sempre quer mais. De onde vem este desejo constante de consumo?

Este documentário reflete sobre estas questões e mostra como no Brasil a criança se tornou a alma do negócio para a publicidade. A indústria descobriu que é mais fácil convencer uma criança do que um adulto, então, as crianças são bombardeadas por propagandas que estimulam o consumo e que falam diretamente com elas. O resultado disso é devastador: crianças que, aos cinco anos, já vão à escola totalmente maquiadas e deixaram de brincar de correr por causa de seus saltos altos; que sabem as marcas de todos os celulares mas não sabem o que é uma minhoca; que reconhecem as marcas de todos os salgadinhos mas não sabem os nomes de frutas e legumas. Num jogo desigual e desumano, os anunciantes ficam com o lucro enquanto as crianças arcam com o prejuízo de sua infância encurtada. Contundente, ousado e real este documentário escancara a perplexidade deste cenário, convidando você a refletir sobre seu papel dentro dele e sobre o futuro da infância.

Direção: Estela Renner
Produção Executiva: Marcos Nisti
Maria Farinha Produções

domingo, 5 de setembro de 2010

Edipo Rei de Sófocles

www.LivrosGratis.net :Édipo Rei - Sófocles

Nome: Édipo Rei - Sófocles

Nome Original: Oidipous Tyrannos

Autor: Sófocles

Gênero: Romance

Ano de Lançamento:

Editora:

Sinopse: Composta por Sófocles, em data ignorada, e particularmente admirada por Aristóteles, esta obra-prima da tragédia grega, ilustra a impotência humana diante do destino. A estória começa quando Édipo, príncipe de Corinto, é insultado por um bêbado, que o acusa de ser filho ilegítimo do Rei Políbios. Embora Políbios procure tranqüilizar Édipo, o príncipe, perturbado, recorre ao Oráculo de Píton, mais tarde conhecido como Delfos. O oráculo evita responder à sua dúvida, mas dá a terrível informação de que Édipo está destinado a matar o pai e casar-se com a mãe. Como Édipo não tem a menor intenção de deixar que isso aconteça, ele foge de Corinto e vai para Tebas. E aí começa a tragédia.Em uma encruzilhada, Édipo depara-se com uma carruagem. À frente vem o arauto, que ordena rudemente a Édipo que se afaste e tenta empurrá-lo para fora da estrada. O príncipe começa uma briga e termina matando todo mundo que nela se envolve. Para sua desgraça, um dos homens que vinha na carruagem era seu pai verdadeiro, o rei Laios de Tebas. Após resolver o enigma da esfinge e salvar Tebas desse flagelo, Édipo é proclamado rei e casa-se com a viúva de Laios, Jocasta, sua mãe verdadeira. Só depois que uma nova maldição cai sobre Tebas ? maldição que seria afastada apenas quando o assassino de Laios fosse descoberto e expulso ? é que os fatos vêm à tona. Édipo não consegue suportar a verdade e arranca os próprios olhos.Antes que Édipo tomasse a decisão de fugir da profecia do oráculo, Laios, sua vítima já tinha cometido o mesmo engano. Apolo havia advertido Laios de que seu próprio filho o mataria e, quando Édipo nasceu, o rei mandou perfurar com um cravo um dos pés da criança e abandoná-la em uma montanha. Mas o menino foi encontrado por um pastor e levado ao rei Políbios, que o adotou. Essa foi a origem da confusão de Édipo e foi daí que veio seu nome: "oidípous" significa "pé inflamado".
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quarta-feira, 25 de agosto de 2010

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

China e os novos investimentos na África: neocolonialismo ou mudanças na arquitetura global?

– Ao se observar um mapa comum do continente africano, observam-se linhas de fronteiras extremamente retas, em uma categoria claramente matemática. O motivo óbvio para tal disposição é justamente a divisão imposta pela Europa, no século XVIII e XIX, ao estabelecer suas colônias e áreas de influência.

Atualmente, as penetrações no Continente Negro são menos claras e as demarcações menos fáceis de serem calculadas. Contudo, é notável a crescente participação da China nos países da região, que vem causando receio em especialistas na área.

A China tem uma história bastante vasta de envolvimento com a África, que remonta aos primórdios dos movimentos de independência na década de 1960. Nesse período, Pequim se limitou a influenciar através da diplomacia – com poucos investimentos diretos.

Contudo, o investimento decolou na década de 1990, atrelado ao crescimento vertiginoso da China e sua crescente demanda por commodities, principalmente petróleo.

“O interesse maior na África está nas fontes de energia, devido à dificuldade de acesso ao petróleo do Oriente Médio, destinado prioritariamente ao Ocidente”, afirma Gustav Broom, especialista em Segurança Energética.

No campo do ‘ouro negro’, Pequim mantém estreitas ligações com inúmeros países africanos, muitos com sistemáticos problemas relacionados, por exemplo, aos direitos humanos. O Sudão, por exemplo, foi financiado na década de 1990 para expandir sua indústria petroleira, atualmente com uma receita de quase US$ 2 bilhões por ano – metade para a China. Na Nigéria, a potência asiática colocou US$ 2,7 bilhões na compra dos direitos de exploração. Por sua vez, Angola, que é atualmente a maior fornecedora de petróleo para a China, recebeu investimentos que passam os US$ 2 bilhões nos últimos 5 anos.

Recentemente, a revista Economist publicou uma lista que demonstra que quatro dos dez maiores exportadores de óleo bruto para a China se encontram na África – o continente já corresponde a 30% de todo o petróleo importado por Pequim.

“Na lista de importações também estão o algodão bruto do Oeste do continente, além de cobalto, cobre, minério de ferro e platina. Além disso, há casos de arrendamentos de terras no leste para a produção de alimentos”, acrescenta Broom.

A grande diferença dos investimentos chineses, apontam os especialistas, está justamente em certas particularidades ainda difíceis de serem calculadas. Em primeiro lugar, Pequim não atrela nenhuma prerrogativa para efetuar tais ações. Enquanto países ocidentais – e até mesmo órgãos multinacionais, como o FMI e o Banco Mundial – exigem que as nações cumpram pré-requisitos em pontos como direitos humanos e participação privada. Pequim, por outro lado, não cita tais questões.

“Isso provoca receios em certas regiões. Pode ser considerado um sinal para que ditadores continuem suas ações, porque sempre haverá investimento de algum lugar”, afirma Elisabeth Montmerry, especialista em Direitos Humanos da Universidade de Gotland, na Suécia.

Outro ponto interessante é a venda e compra de grandes somas de terras. No sul da Etiópia, por exemplo, há casos em que Pequim arrendou grandes áreas e as cercou. Por se tratarem de países instáveis e com governos ainda não consolidados, teme-se que tais zonas tornem-se literalmente protetorados. “Não há aparelhos jurídicos para se esclarecer realmente quais são as intenções e direitos nesses pontos”, conclui Montmerry.

Com o crescimento apontado nos últimos anos pela China e os indicadores de que irá demandar cada vez mais de commodities, é de se esperar que os investimentos em território africano cresçam substancialmente. “Podemos estar presenciando o surgimento de novas relações comerciais estratégicas que excluem totalmente o Ocidente”, aponta Broom.

Por Fernando Brancoli

http://opiniaoenoticia.com.br

Política Externa para África e Internacionalização de Empresas no Governo Lula: uma estratégia de inserção

Com a chegada à Presidência da República de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003, é anunciada como uma das principais metas do governo a cooperação e criação de coalizões de nível Sul-Sul, aprofundando e, de certa forma, reconstruindo aquilo que já havia sido iniciado aos finais do governo Fernando Henrique Cardoso. É reforçada como ponto de sustentação a revalorização do protagonismo internacional brasileiro, com clara intenção de ressuscitar a questão do desenvolvimento e ainda discussões e debates sobre os impactos da clivagem Norte/Sul nas relações internacionais.

Já o continente africano tem observado durante toda a década de noventa e início do século XXI, avanço no processo gradual de democratização dos regimes políticos e a contenção dos conflitos armados. Isto representa um aspecto qualitativo e quantitativo nos resultados econômicos e oportunidades a serem auferidas no mercado externo. Constata-se também o aumento do comércio internacional e dos investimentos externos direto, associados as reformas macroeconômicas da década passada, sustentada na responsabilidade fiscal, além de uma maior preocupação social, atualmente. Esses resultados puderam ser alcançados, também, pela elevação da confiança das elites por meio de novas formas de renascimentos culturais e políticos.

Tentando estar atento às mudanças que sucedem no cenário internacional e na África, o governo busca, desde o primeiro ano do governo Lula, iniciativas de desenvolvimento econômico nacional, passando por ações políticas coordenadas e investimentos produtivos. Isto combinada com uma ação internacional condizente, acabaria por assegurar uma maior autonomia ao país no cenário internacional. Pode ser analisado pela Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP), do governo federal, a qual estabelece cinco grandes estratégias para elencar o desenvolvimento nacional, sendo uma destas a manutenção e posicionamento de “empresas brasileiras entre os cinco principais players mundiais em sua atividade, considerando que a liderança pode se expressar nas dimensões patrimonial, tecnológica e/ou produtiva. Mineração e siderurgia, assim como a indústria aeronáutica e o complexo produtivo do bioetanol, são sistemas produtivos que tipificam essa estratégia”.

Como relatado logo acima, faz-se necessário somar setor energético petroquímico de forte presença nacional e internacionalmente. Em medida, os três grandes setores produtivos do país – mineral, petroquímico e da construção civil – alojam, respectivamente, as três maiores empresas multinacionais com presença física – firmas ou mesmo filiais – em outros continentes. São elas: Petrobras, Vale e Odebrecht. Sendo as companhias chaves na expansão e fortalecimento da presença brasileira no exterior e principalmente no continente africano.

Esse período analisado é caracterizado por Vigevani (2007), como uma tentativa de alcançar autonomia pela diversificação, onde o governo se proporia a expandir e diversificar suas parcerias e estratégias em atuação no cenário internacional. Diferente em certos aspectos da autonomia pela participação, elencado no governo Cardoso. Procura, portanto, aprofundar as relações Sul-Sul e denunciar o conflito ainda existente entre Norte-Sul, mas defendendo ao mesmo tempo ampla participação em fóruns multilaterais.

Essa nova visão de mundo estaria baseada na percepção de que o ordenamento global passou por sensíveis modificações, necessitando, de uma nova atitude do Brasil nesse novo contexto, entendendo que o continente africano não pode mais ser renegado na relações internacionais. Nesse sentido, o presidente Lula desenvolve uma intensa atividade de aproximação, promovendo: visitas aos países acompanhado de empresários brasileiros, perdões de dívidas externas, abertura de representações diplomáticas em novos territórios – antes tidos como irrelevantes para o país – a expansão de acordos comerciais – impactando significantemente no crescimento do comércio exterior brasileiro –, além do aporte financeiro no processo de internacionalização das empresas nacionais.

Entre os principais objetivos elencados pelo Brasil, encontra-se a perspectiva de aumento nas relações comerciais com a África, apoiados também em atos de política externa – esta teria como função a promoção de acordos e tratados bilaterais. Estas ações influenciam perceptivelmente, o crescente comércio exterior entre as partes contratantes, além da expansão das empresas nacionais, alargando a presença brasileira em solo africano. Esse processo de internacionalização se torna condição necessária para o país, como medida de fortalecimento de suas capacidades competitivas diante da concorrência crescente em seu mercado doméstico.

Pode-se perceber, desde 2003, a partir de uma política econômica e externa mais arrojada, uma retomada na recuperação dos investimentos diretos brasileiros no exterior, alcançando taxas de crescimento de 14% ao ano, patamares superiores aos das economias asiáticas – China, Coréia do Sul, Taiwan. Esse fato encontra explicações em diversos pontos, entretanto, pode-se discriminar a expressiva melhoria financeira das empresas brasileiras, assim como a recente valorização cambial, da perspectiva da política governamental de incentivo a internacionalização das empresas e o apoio expressivo do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em forma de empréstimos a baixo custo.

Cabe observar que, até recentemente, os casos bem-sucedidos advindo dos processos de internacionalização das empresas brasileiras, decorreram, quase exclusivamente, da iniciativa das próprias corporações, não sendo baseada numa política deliberada de apoio governamental à criação de multinacionais brasileiras, mudando essa situação a partir de 2002. Utiliza-se, portanto, de elementos de políticas públicas para fomento dessa meta-base, como incentivos fiscais, financiamentos, mecanismos de seguros para os investimentos e liberalização das restrições aos investimentos diretos no exterior.

Percebendo a oportunidade de vincular de forma mais contundente as economias brasileira e africana e de obter resultados econômicos expressivos, além de outros benefícios difusos dessa relação estratégica com o continente africano, o aumento da presença brasileira na África, orientanda por uma política externa condizente que ajuda a reatar e aprofundar laços econômicos e culturais com os países africanos.

A África é vista hoje como uma grande oportunidade, pois, apesar de diversos países estarem num elevado crescimento econômico – visto entre 2007 e 2008, países como Angola (16,7% e 13,2%), Moçambique (7% e 6,5%), e Cabo Verde (6,9% e 5,5%) –, ainda há uma grande capacidade ociosa de produção nestes. O governo Lula, toma como uma chance para a expansão dos investimentos brasileiros e das exportações, se utilizando de uma grande diversidade industrial e empresarial para suprir essa necessidade.

A possibilidade de internacionalização para os países africanos, dos setores supracitados, tem como fator de importância para o Brasil, o fortalecimento das corporações, aumento das exportações e oferecer maior resistência econômica. Para os países da África, há a possibilidade de receber maior aporte de investimento externo, capacitação profissional aos trabalhadores e aumento na escala produtiva.

Mas além dos ganhos econômicos desfrutados dessa política de desenvolvimento, o Brasil soma ganhos políticos com a sua intenção de aproximação para o continente africano. Entre esses ganhos, encontram-se a criação da cúpula América do Sul – África (ASA), depois de uma visita presidencial a Nigéria, em 2005, e da primeira participação brasileira, como convidado, na União Africana, em 2009.

Portanto, é de grande relevância analisarmos como a política externa brasileira trabalha em acordo com a política doméstica de desenvolvimento do governo Lula. Desenvolvimento, no sentido não estritamente econômico, mas social, político e cultural, buscando desta forma, agregar resultados na política internacional. Faz-se necessário entender e analisar como a política externa está ligada ao plano produtivo do governo, em relação a internacionalização de empresas ao continente africano. Estes baseados no apoio governamental para a expansão das firmas brasileiras, através dos acordos de cooperação – intermediadas pelo Itamaraty – nas áreas entendidas como estratégicas para o país.


BIBLIOGRAFIA CITADA

  • ALEM, Ana C. CAVALCANTI, Carlos Eduardo. “O BNDES e o Apoio à Internacionalização das Empresas Brasileiras: Algumas Reflexões”. Revista do BNDES. Vol. 12, n. 24, pp. 43-76, 2005
  • AMBROZIO, Antonio Marcos. “Entendendo o investimento brasileiro direto no exterior”. Visão do Desenvolvimento: BNDES. N. 52, pp. 1-7, 2008
  • CERVO, Amado Luiz. (2007), Inserção Internacional: formação dos conceitos brasileiros. 1. ed. São Paulo: Saraiva, 297 p.
  • EXTERIOR, Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. Política de Desenvolvimento Produtivo. Disponível em: [http://www.desenvolvimento.gov.br/pdp/index.php/sitio/conteudo/conteudo/2/0/165]. Acesso em: 20/02/2010.
  • EXTERIORES, Ministério das Relações. Atos Bilaterais Vigentes. Disponível em: [http://www2.mre.gov.br/dai/bilaterais.htm]. Acesso em: 22/02/2010.
  • SARAIVA, José Flávio Sombra. “A África na ordem internacional do século XXI”. Revista Brasileira de Política Internacional. Vol. 51, n. 01, pp. 2008
  • VIGEVANI, Tullo; CEPALUNI, Gabriel. “A Política Externa de Lula da Silva: a estratégia de autonomia pela diversificação”. Contexto Internacional. Vol. 29, n. 02, pp. 273-335, 2007.

Vico Dênis de Melo é Mestrando em Ciência Política pela Universidade Federal de Pernambuco – UFPE e bacharel em Relações Internacionais pela Universidade Estadual da Paraíba – UEPB ( vico_denis@hotmail.com).